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domingo, 10 de setembro de 2017

Plantas Medicinais:

Quais são as Principais Plantas Medicinais Brasileiras?

O Brasil é responsável por cerca de 20% de toda a biodiversidade mundial. Além disso, é o maior país do mundo em biodiversidade vegetal, com mais de 50 mil espécies de árvores e arbustos catalogadas. Esses números podem ser ainda maiores, uma vez que várias regiões do país não foram suficientemente estudadas. De acordo com estimativas feitas pelo Ministério do Meio Ambiente, essas espécies conhecidas podem representar apenas 10% de toda a vida encontrada no Brasil.
Essa vasta biodiversidade representa uma variedade de plantas, incluindo as de uso medicinal. O problema é que outros países exploram nossa flora e nossa fauna, levam os produtos brasileiros para o exterior e registram as espécies encontradas. Essa prática, chamada de biopirataria, representa um entrave ao desenvolvimento de medicamentos e uso de plantas medicinais brasileiras no tratamento de diversas doenças.
Várias medidas adotadas pelo Governo Federal, principalmente através do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, tentam conter a exploração da fauna e flora brasileira por países estrangeiros. As plantas medicinais são um grande alvo para a biopirataria, pois podem ser utilizados pelo indústria farmacêutica e render lucros para o país que as registrou. Algumas plantas brasileiras, com usos medicinais, foram registradas em outros países, como o cupuaçu, o açaí, a andiroba e o jaborandi. Abaixo, conheça algumas das principais plantas medicinais brasileiras.

Plantas Medicinais Brasileiras

Sucupira 

sucupira é uma árvore brasileira de porte médio, encontrada nas regiões de cerrado, como Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Além de fornecer madeira para a construção civil e produção de móveis, a sucupira possui vários usos medicinais. O óleo, retirado da casca e das sementes é eficiente no tratamento do reumatismo, enquanto os nódulos da raiz, também chamados de batatas-da-sucupira, são usados no tratamento da diabetes.
Estudos recentes também mostram que o óleo dos frutos da sucupira dificultam a penetração da cercaria da esquistossomose na pele, podendo ser utilizada no combate dessa endemia. As sementes da sucupira são especialmente eficazes em casos de artrite e problemas ósseos.

Guaco

guaco é um arbusto lenhoso e cheio de ramos, que se assemelha a uma trepadeira. A planta é conhecida tradicionalmente por seus usos medicinais e algumas pesquisas científicas comprovam esses usos. Estudos mostraram que o guaco funciona como bronco dilatador e expectorante, sendo amplamente utilizado no combate a doenças respiratórias, como gripe, dor de garganta e bronquite.
Pesquisas realizadas pela Unicamp comprovaram que o guaco também é eficiente no tratamento de cáries e placas bacterianas nos dentes.
Guaco
Guaco

Cupuaçu

cupuaçu é uma árvore média, originária da Amazônia brasileira. Os frutos são amplamente utilizados no preparo de sucos, sorvetes, geleias e bombons, principalmente na região Norte do país. O consumo do cupuaçu é altamente recomendado, uma vez que se trata de um alimento bastante nutritivo.
Ele é rico em ferro, fósforo e proteínas, que contribuem para a formação das células; possui alta concentração de vitaminas C, que melhora o sistema imunológico e combate a gripe; também possui vitaminas no complexo B, que funcionam como tonificante e auxiliam na formação das hemácias; e contém taninos, que combatem as inflamações.

Mentrasto

mentrasto (Ageratum conyzoides), também conhecido como erva-de-são-joão, é uma das plantas medicinais brasileiras que vêm sendo estudadas por pesquisadores. De acordo com alguns desses estudos, ela contém substâncias antibacterianas. Além disso, o chá feito com a erva é indicado para tratar problemas como artrite, artrose, bronquite, cólicas menstruais, dores musculares e hemorragias.
O extrato do mentrasto é responsável pelo efeito analgésico e anti-inflamatório, o que explica a maior parte dos benefícios atribuídos à planta.

Andiroba

andiroba (Carapa guianensis) é outra planta medicinal brasileira de grande importância. Ela é usada pelos indígenas da Amazônia há muitos anos. Tanto a casca quanto a folha da planta podem ter fins medicinais. O uso tópico é o mais comum para combater úlceras, picadas de inseto, irritações na pele e problemas no couro cabeludo. Os índios também utilizam a casca embebida em água para preparar uma espécie de bebida digestiva.
O óleo feito a partir do fruto da andiroba é excelente para limpar as vias aéreas e amenizar a tosse. Estudos feitos com a casca da planta revelaram uma possível ação anticancerígena que vem sendo melhor pesquisada.

Jaborandi

Outra planta bastante conhecida dos povos indígenas da Amazônia é o jaborandi (Pilocarpus microphyllus). O nome vem da expressão em tupi “ya-bor-andi” que significa “que faz babar”. Assim, podemos notar que os primeiros usos tiveram relação com a salivação.
O médico português Symphrônio Coutinho levou a planta para a Europa em 1876. Lá, pesquisadores descobriram que as folhas possuem um componente chamado pilocarpina, que pode ser usado no tratamento de problemas oftalmológicos. A extração é feita por empresas estrangeiras que dominam o mercado de produção dos medicamentos feitos com a pilocarpina.
Da família Euphorbiaceae, a planta Avelós pode ser conhecida também como aveloz, almeidinha, coral verde, dente de cão, árvore de são Sebastião, árvore de lápis, cega olho, cassoneira, dedinho, coral de cristo, dedo de diabo, pinheirinho, labirinto e muitos outros nomes populares. Embora seja uma planta muito disseminada e comum – principalmente no Nordeste brasileiro – ela não deve jamais ser subestimada. 
A planta Avelós, embora possua diversas restrições para não ser nociva perante animais, crianças e até alguns adultos desavisados, quando corretamente manejada pode propiciar diversos benefícios para a saúde. Escuta-se por aí que seu consumo é capaz até mesmo de prevenir ou auxiliar na cura do câncer. 
Para certificar-se do que é verdade e do que é boato, vamos analisar as propriedades da Avelós e seus benefícios.
Avelós
Foto: Reprodução

Propriedades
A planta Avelós possui propriedades antiasmáticas, antibióticas, anticarcinogênicas, antiescorpiônico, antirreumático, antivirótico, expectorante, purgativo, resolutivo, vermicida, antissifilítico e anti-inflamatório.

Constituintes

Hidrocarbonetos terpênicos, óleos essenciais, látex, aldeídos, resina, sapogenina acetatos e beta-sitosterol.

Benefícios

A planta Avelós é rica em látex, que dissolvido em água é indicado para auxiliar no tratamento de tumores. É fato que não se pode dizer ainda que está na Avelós a cura do câncer, pois não existem até o momento estudos conclusivos e definitivos sobre o assunto, mas pode-se afirmar que os pacientes com tumores que fizeram seu uso e foram pesquisados realmente apresentaram melhoras significativas. No entanto, é importante lembrar que o câncer – assim como outras doenças graves, e até mesmo as de menor gravidade – deve ser tratado imediatamente por um médico de confiança.
Seu consumo também é indicado para pessoas que sofrem de distúrbios respiratórios, como sinusite e asma; pessoas que sofreram picadas de escorpião, pois a planta é capaz de interromper o veneno do animal e impedi-lo de se espalhar pelo organismo; aliviar e reduzir tosses, gripes e resfriados; dores musculares e inflamações em geral.

Cuidado

Embora possua muitas propriedades medicinais e efeitos benéficos, o consumo da Avelós deve ser cuidadosamente acompanhado por um médico, corretamente preparado e evitar terminantemente o contato da planta com crianças e animais. O látex puro pode causar graves irritações na pele e nos olhos – podendo causar até mesmo cegueira – além de provocar hemorragias caso seja consumido em excesso.

Modo de preparo

Escolha uma haste grossa da planta Avelós, extraia dela três gotas de látex e coloque num copo com água pura e filtrada. Tampe e deixe descansar por 30 minutos. Após esse período, certifique-se de que as gotas se encontram bem dissolvidas, mexa o fundo do copo e tome uma colher de sopa dessa água, entre quatro e seis vezes por dia. Esse tratamento pode durar duas semanas, para a maioria das enfermidades. Caso o tratamento seja para o câncer, deve ser repetido durante muitos meses, sempre com acompanhamento médico.
Fontes de Pesquisa