Nome Cientifico: (
Cajanus cajan L.)
Nome Popular: Feijão Guandu,
feijão-andu, andu, guandeiro, guando.
Parte utilizada: Flores, raízes, folhas.
Suas folhas e flores são utilizadas na medicina tradicional, principalmente na Região Norte do País, na forma de chás, contra hemorragias, em gargarejos contra inflamações da garganta, tosse e bronquite.
Em outras regiões são empregados contra febres, tosses, úlceras, dores diversas e inflamações.
São atribuídas a esta planta propriedades diuréticas adstringentes, anti-desinterica, febrifuga, laxativa, anti-hemorrágica, vulneraria e antiblenorragica.
Modo de usar:
Infusão de flores, raízes e folhas (beber e gargarejos). 5 gramas em um copo de água fervente.
Nativos da Guiana Francesa, utilizam as vagens contra infecções pulmonares e a infusão dos grãos (sementes) como diuréticos.
São encontrados na sua composição como elementos ativos ureases, citisina, carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas.
Seus grãos contém 20% de proteínas, 1,2% de lipídeos e cerca de 63% de carboidratos.
As vagens contém fitoesteroides, flavonas, antraquinonas e triterpenos.
Utilização na Culinária
Feijão guandu com pimentões e especiarias
1 xícara de feijão guandu seco2 folhas de louro2 colheres (sopa) de azeite ou óleo3 dentes de alho micropicado
Meia cebola picada
1 colher (chá) de cúrcuma em pó (açafrão-da-terra)
Meia pimenta dedo-de-moça vermelha sem sementes, finamente picada
Meia pimenta dedo-de-moça verde sem sementes, finamente picada
4 colheres (sopa) de pimentão vermelho picado
1 tomate bem vermelho e firme sem pele, picado
1 colher (chá) de sal ou a gosto
½ colher (chá) de sementes de coentro
½ colher (chá) de sementes de cominho
½ colher (chá) de sementes de feno-grego (opcional)
5 grãos de pimenta-do-reino preta
2 colheres (sopa) de cheiro verde picado
4 colheres (sopa) de pimentão verde picado
1 cravo-da-índia
Lave bem o feijão guandu e leve ao fogo com 2 xícaras de água.
Quando ferver, escorra, descarte a água, coloque os grãos na panela de pressão e cubra com 5 xícaras de água quente e junte as folhas de louro.
Tampe a panela e leve ao fogo.
Quando a válvula começar a chiar, abaixe o fogo e deixe cozinhar por meia hora.
Tire do fogo, espere sair toda a pressão e abra a panela.
Se precisar, cozinhe mais um pouco.
Os grãos precisam estar macios. Reserve. À parte, aqueça o azeite e refogue nele o alho e a cebola, até começarem a dourar.
Junte a cúrcuma, as pimentas, pimentões, tomate, o sal e refogue por 1 minuto.
Junte o feijão reservado com o caldo que restou.
Se for preciso, junte mais água quente.
Tampe a panela e deixe cozinhar por cerca de 10 minutos ou até os pimentões estarem bem macios.
Por fim, doure numa frigideira rapidamente o coentro, cominho, feno-grego, cravo e pimenta-do-reino e triture bem.
Junte ao feijão e misture.
Prove e corrija o tempero e o caldo, se necessário.
Desligue o fogo, coloque o cheiro verde e sirva com arroz.
Pesquisa pela USP com o Guandu
Casca de laranja ou de maçã e uma espécie selvagem de feijão podem ser a
resposta fácil e natural para dois males difíceis de ser controlados: o
diabetes e as altas taxas de colesterol (gordura) no sangue.
Os
efeitos de substâncias extraídas desses alimentos estão sendo estudados
pela equipe de pesquisadores da USP em Piracicaba (170 km a noroeste de
São Paulo).
O feijão guandu, espécie resistente que nasce sem o
auxílio de adubos e aparece entre plantações de outras culturas, está
sendo testado -e apresentando bons resultados- no controle do diabetes.
O
diabetes é uma doença crônica que ocorre quando a insulina, substância
produzida no pâncreas que envia glicose (açúcar) do sangue para as
células, não funciona ou não existe em quantidade suficiente. A glicose,
então, se acumula no sangue.
As pesquisas com o guandu, iniciadas em
1979, estão em fase final. Testado em ratos com altas taxas de açúcar
no sangue, o extrato do guandu verde baixou os níveis de glicose de 400
mg/dl para 92 mg/dl. Os níveis normais de açúcar no sangue vão de 80
mg/dl a 100 mg/dl. O diagnóstico de diabetes é positivo para níveis
acima de 125 mg/dl.
"Esses resultados são muito melhores do que
esperávamos. Com certeza vamos repeti-los em humanos", afirma Jocelen
Salgado, coordenadora das pesquisas.
Além de baixar o nível de
glicose no sangue, o guandu também equilibrou as taxas de colesterol e
triglicerídeos (gorduras), de creatinina e de uréia (indicadores do
funcionamento do metabolismo das proteínas).
Tudo isso sem efeitos colaterais, a não ser que sejam ingeridos em excesso, dizem os pesquisadores.
Um
protocolo para pesquisas com o guandu em humanos, que devem começar em
cerca de um mês, já foi firmado. Dentro de seis meses devem surgir os
primeiros resultados.
Colesterol
O experimento que mostrou bons
resultados na redução da taxa de colesterol foi feito com a pectina, uma
substância retirada das cascas da laranja e da maçã.
A pectina está
sendo testada em pacientes com taxas muito elevadas de colesterol no
sangue, difíceis de ser tratadas com remédios. Quem tem altas taxas de
colesterol é mais propenso a problemas cardíacos.
Segundo Jocelen, a
pectina aumenta a produção de lipoproteínas que tiram o colesterol do
sangue, eliminando-o pelo intestino. Com isso, o colesterol baixa.
Embora
os resultados sejam animadores, os pesquisadores ainda não sabem
explicar como o guandu e a pectina diminuem as taxas de glicemia e de
colesterol.
Esse é o tema dos próximos estudos do grupo, que
desenvolve duas linhas de pesquisa -efeitos terapêuticos dos alimentos e
fontes alternativas de alimentação. Todos os estudos constam de
trabalhos de mestrado, doutorado ou pós-doutorado.
Na linha de
alimentação terapêutica, os principais produtos são os concentrados
nutricionais que fazem engordar ou emagrecer, além de outras substâncias
cujos estudos ainda estão em fase inicial.
Fontes Pesquisadas
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/9/07/cotidiano/35.html